DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO – João 2,13-22 - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO – João 2,13-22

                         Domingo, 09 de novembro de 2025

     

       Hoje celebramos a dedicação da Basílica de Latrão (A Catedral de Roma), e assim expressamos o nosso amor ao Papa e a comunhão com ele, cujo ministério é ser sinal da unidade da Igreja na fé que professamos em Jesus Cristo. É também a ocasião para refletir sobre a nossa condição de sermos “templos de Deus”.

       1. Sendo que o Templo de Jerusalém o sinal da presença de Deus no meio do seu povo, quando houve sua destruição, fez-se a pergunta: agora onde está presente Deus? O Evangelho responde a esta pergunta. “Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei” (v.19). Assim, em Jesus Cristo, Deus está definitivamente presente com os homens. Ele é o novo templo, a morada de Deus. Ele não é só um “sinal” de Deus, mas a realidade de Deus, o “Emmanuel”, o Deus-conosco. A nossa relação com Deus se faz através de uma Pessoa: Jesus Cristo. Não podemos “descentrarmos” da experiência fundamental que é Jesus Cristo. Jesus é o “Cordeiro de Deus”, por isso já não se fazem necessários animais para o sacrifício, “expulsou todos do templo, junto com ovelhas e os bois” (v.15). A reconciliação com Deus se realiza pela entrega generosa de Jesus.

       2. Jesus denuncia o fazer do templo uma “casa de comércio!”, quando é “casa de meu Pai” (v.16). Assim, a nossa relação com Deus é uma experiência filial, e não de escravos, mendigos ou comerciantes com Deus. Quem importa é Deus, e não os interesses pessoais que escondemos na "fachada" do templo. Quantas coisas se fazem em nome de Deus, mas que são pura aparência, procurando objetivos mesquinhos disfarçados de bondade. Para muitos quem importa não é Deus, senão o comércio que se faz com Deus (te dou para que me dês) ou em Seu nome.

       3. A experiência da fé nos leva a estabelecer a morada de Deus no meio de nós. Com efeito, pela nossa união com Cristo, somos “santuários de Deus” (1Cor 3,16). Ou seja, eu e o outro somos mistério habitado pelo Amor. Isto nos leva a estabelecer relações fraternais, mais humanas, a sermos sinal da vida que nos habita (cfr. Ez 47,8). Com efeito, a nossa relação com Deus se evidencia na nossa relação com os outros. Do contrário a nossa piedade (templo) é um “covil de ladrões” onde ocultamos a nossa incapacidade para amar como Jesus.

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS