ASCENSÃO DO SENHOR

       LUCAS 24,46-53

 

   1. “Foi levado para o céu” (v.51. Cf. At 1,9)

 “O fez sentar-se à sua direita nos céus” (Ef 1,20). Jesus, cumprida a sua missão terrena, volta ao Pai, está totalmente na glória. A sua presença física termina, dando lugar a um novo modo de presença (não se foi: a sua presença, agora desde o céu é mais profunda). No Filho eterno de Deus que se fez homem estamos todos nós recebendo o influxo permanente do amor de Deus. Naquele que se fez homem e que está à “direita” do Pai foi inaugurado um lugar em Deus para o ser humano, chamado a entrar no mistério do amor de Deus (nos braços abertos de Deus).

 

   2. “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (v.48)

É o tempo da missão da Igreja, da nossa missão, de fazer presente o Ressuscitado no meio da história. Não podemos ficar “parados olhando para o céu” (Cf. At 1,11). É tempo para fazer o bem, amando como Jesus nos amou a fim de fazer mais humana a existência dos outros (Cf. Mc 16,17-18). Por Jesus, que volta ao Pai, se estabelece uma relação permanente entre o céu e a terra, uma comunhão na que o céu joga sobre o mundo a bênção de Deus e na que o mundo se abre para que esta bênção penetre o mais profundo da realidade e a transforme em Amor.

 

   3. “Onde nos precedeu Cristo, que é nossa cabeça, esperamos chegar também nós como membros de seu corpo” (Oração coleta), “ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude” (Ef 4,13)

A ascensão de Jesus Cristo orienta o nosso futuro. A nossa vida toma o sentido do horizonte final da nossa história. Aspiramos permanecer inteira e eternamente em Deus-Amor, e esta convicção deve ir encorajando, inspirando e sustentando o nosso presente, o nosso jeito de ser e de estar no mundo. Cristo é a nossa esperança porque é o nosso futuro. Convidados à plenitude no Amor, vivamos no Amor: “Caminhardes de acordo com a vocação que recebestes” (Ef 4,1). Que a nossa vida seja sinal do influxo do Amor em nós elevando o coração dos outros até Deus (ascensão interior). Não é olhando para o céu que fazemos presente o Amor, mas sendo na história sinais vivos d’Ele.

 

   Porque recebemos o influxo permanente do seu amor, podemos ser “amor no mundo”.

 

Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS