VI DOMINGO DA PÁSCOA ( JOÃO 14,23-29) - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • VI DOMINGO DA PÁSCOA

             JOÃO 14,23-29

     

       1. Amar é guardar

    “Se alguém me ama guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (v.23). Fazer com que a palavra de Jesus (que nos revela que Deus é Pai e nós somos os seus filhos) não seja perdida, que permaneça e se conserve de tal modo que, interiorizada no nosso coração, inspire o que somos e fazemos. E, como esta palavra é eficaz, nos introduz no mistério maravilhoso do amor de Deus. A melhor maneira de guardar a sua Palavra é vivê-la, porque a vida atualiza o que assume, não permite que a beleza do amor permaneça esquecida. A vida atualiza, mas o esquecimento mata.

     

       2. No mais íntimo de nós

    “Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (v.26). É o Espírito quem faz possível que a palavra de Jesus se radicalize no mais profundo do nosso ser (e não fique como algo externo, como uma realidade alheia). Ele dinamiza a memória viva e eficaz da ação salvadora de Jesus. O Espírito insere na história o Amor eterno revelado na páscoa de Jesus Cristo. É o Espirito que, sendo o “Paraclito”, ou seja, o Defensor, nos dá a graça de, na história, sermos testemunhas do Amor, não obstante as dificuldades e as oposições.

     

       3. A alegria que brota da paz

    “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (v.27). A paz é a abundância do Amor no coração do homem. A convicção de sermos possuídos amorosamente por Deus nos permite, não obstante as nossas lutas e dificuldades, mantermo-nos na serenidade de quem não se sente abandonado ao acaso. “Se me amásseis, ficaríeis alegres, porque vou para o Pai” (v.28). A alegria brota porque o pecado e a morte foram vencidos e não tem a última palavra. Assim, o nosso futuro não é uma frustração, mas a certeza que o Amor será a última palavra, palavra esta que nos sustenta para vivermos o momento presente com esperança. Daí o imperativo que se converte numa força: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (v.27b). Quando éramos crianças e estávamos num lugar escuro sentíamos medo, mas quando sentíamos a mão da mãe, mesmo que a escuridão continuasse, o medo desaparecia, porque alguém por quem nos sentíamos amados sustentava-nos, superando o medo de atravessar ou avançar.

     

       Ser artífices da paz, porque somos amados; ser testemunhas da alegria, porque somos convictos que a última palavra será aquela que nos foi revelada por Jesus: Amados eternamente pelo Pai; levar força para o mundo, porque o Amor nos sustenta.

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS