V DOMINGO DA QUARESMA - João 8,1-11 - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • V DOMINGO DA QUARESMA - João 8,1-11

     

    O pecado é uma realidade. Mas, o que fazer com ele? Eu proponho, a partir do Evangelho, três olhares sobre sua realidade:

     

    1. Um olhar que condena

            “Mestre esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moises, na Lei, mandou apedrejar tais mulheres” (v. 5). Este olhar impede a experiência da misericórdia, fechando toda possibilidade de recuperar o outro na sua integridade. De fato, muitos condenam publicamente os pecados que privadamente eles mesmos cometem. Jogar pedras põe em evidência o pecado, condena, mas não resolve nada, fecha toda possibilidade.

     

    2. Um olhar que rejeita a misericórdia

            “Foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos” (v. 9). Este olhar resiste à misericórdia; tem medo de entrar na dinâmica do Amor. A exortação de Jesus “Quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (v. 7), não é só para desvelar o pecado, mas para abrir a porta do perdão que só Jesus pode oferecer. A incapacidade para perdoar dos mestres da lei e fariseus eles a atribuem também em Deus. É um escândalo que Deus perdoe, como seria um escândalo eles colocarem os seus próprios pecados aos pés de Jesus.

     

    3. Um olhar que ama

            “Eu também não te condeno” (v. 11). Este é o olhar de Jesus que oferece a misericórdia, que restitui a dignidade desta mulher, salvando-a, não só de ser apedrejada, mas também da permanência no pecado: “de agora em diante não peques mais” (v.11). Só na experiência do Amor se pode compreender o imperativo para não pecar. Como diria Santo Agostinho, ficam sozinhos a “Misericórdia e a miserável”. Jesus pondo em evidência o amor, ilumina o coração do homem para que conheça o seu pecado, mas oferece a via do mesmo amor para salvar. Esta mulher não é mais explorada, mas amada.

     

    Façamos a experiência de reconhecer, como a mulher do Evangelho, que Jesus é “Senhor” (v. 11), a fim de experimentarmos a alegria do perdão e de podermos ser sinais da misericórdia àqueles a quem a intransigência dos que se acham “puros” tem impedido de conhecerem o verdadeiro rosto de Deus.

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS