SÁDICO LIRISMO SUBVERSO (macabra dor de cotovelo) - Marcos Carvalho
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SÁDICO LIRISMO SUBVERSO
(macabra dor de cotovelo)
Da vida que nos sonhos de amor sonhei,
Sequei lágrimas de prantos que derramei,
Colhi duros espinhos de rosas que plantei,
Apanhei amargura de sementes que lancei.
Não restou, sequer, a esperança morta,
De poder vislumbrar a saída que conforta,
Com desespero de quem,muito, se importa,
Em se tornar amado, amante de vida torta.
Ficou, então, o forte sentimento de revolta,
No Coração e na alma que em pranto solta,
Seu grito apertado, espremido sem escolta,
De um lírico que espalha terror à sua volta.
Foram vidas amorosas
por aí encontradas,
Feitas de palavras e gestos fatais, atirados,
De conceitos e ideias irreverentes, forjados ,
Que como bestas, sobre elas, acabaram jogados.
Amores dados em cérebros inconsequentes,
Que, estúpidos, formataram doentias mentes.
Acabaram por vilipendiados trapos doentes,
Com razões de humanos e parcos dementes.
Querendo se passar por inteligentes amores,
Não avaliam, sequer, os possíveis temores,
Na mais torpe razão de inverter seus valores.
Ficou, de todo tempo gasto, o senso amargo
De luta, desmerecida desvalorizada ao largo,
De caminho sofrido, jugo de pesado encargo,
A doutrina de segurança nacional, o embargo.
Assim deu-se a realidade de um tempo vivido,
Em controvérsia de um momento que já perdido,
Foi revolução de pensador que fora subvertido,
Na ideia de um criminoso que desejara sumido.
Marcos Carvalho